Filósofos inovadores – 3

|setembro 4, 2019 |

Os filósofos inovadores são os poetas da futuridade. Eles nascem ou (se) produzem em suas próprias inovações e tradições, seja em relação ao seu tempo ou na pedagogia da boa distância das situações de mundo em que se encontram. Como poeta, são inventivos não apenas pelos conceitos que criam, mas pelo estilo ou a originalidade com que produzem ou esculpem os seus pensamentos, as suas descobertas ou criações. 

Alguns deles fizeram de suas vidas o próprio acontecimento filosófico, o próprio querer inteligir (compreender) filosofia com e como poesia. O que nos desperta interesse nesses poetas são as respostas dos seus escritos, a beleza das suas partilhas e as formas com que entregam as suas criações. 

Quase todos esses inovadores pecam pelo excesso de vida com que produzem ou investem o poder de seus pensamentos: os gestos e movimentos do pensamento que irradiam, as imagens que guardam ou compartilham dentro de uma comunidade de afetos e usos, por pensamentos e atos, por perceptos e devires. Desta forma fazem pontes dos excessos aos acessos. Por isso mesmo, talvez explique porque alguns deles enlouquecem ou deixam enlouquecidos os seus leitores ou amigos próximos. Tornam-se intempestivos, excessivos, gênios indomáveis… 

Sinto, por exemplo, algo de ‘Acontecimento Nietzsche’ nestes que chamei de Filósofos Inovadores. O mesmo acontecimento que vejo em seus leitores e comentadores mais diletos. Há algo nesses pensadores que nos aproxima dos poetas e da poesia e transformam, pela arte e a beleza, o poder dos seus escritos e poemas. 

Os Filósofos Inovadores foi a forma que encontrei para render homenagem a esses poetas do pensamento com os quais convivo nessa minha imaginária comunidade letiva e de me aproximar desses poetas da futuridade. Quero dizer de maneira muito particular essa minha ingenuidade de criar e participar desta utopia da leitura chamada Cidade Futura. 

Essa conexão de oportunidades e de expectativas trazidas pelo ciclo de estudos e leituras tem o propósito de cultivarmos as relações da escola e da educação futura com a poesia que a inovação filosófica propicia. A escolha inicial desse nó-temático tenta integrar o humanismo tecnológico de Ortega Y Gasset, as imagens técnicas e o projeto edu-comunicacional de Vilém Flusser e as antropotécnicas de Peter Sloterdijk como inspirador de seus leitores e estudiosos.

Como são inovadores esses filósofos da futuridade!

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